Governo de SP e setores de comércio de bebidas avançam em ações conjuntas contra contaminação por metanol

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e integrantes do gabinete de crise do Governo do Estado se reuniram com representantes dos setores de comércio de bebidas nesta quarta-feira (08), no Palácio dos Bandeirantes, para discutir as medidas de combate à contaminação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas.

Líderes dos segmentos de bares, restaurantes, supermercados e outros estabelecimentos foram convidados para participar de grupos de trabalho para e discutir a implementação de medidas concretas e estruturantes para combater a cadeia de adulteração de bebidas e evitar novos casos graves como os de intoxicação por metanol.

Na segunda-feira (06), o gabinete de crise do Governo do Estado já havia se reunido com associações do setor fabricação de bebidas alcoólicas para discutir ações. O pacote de medidas será construído coletivamente entre o Estado e o setor privado, para implantar ações estruturantes e efetivas.

Além disso, o Governo de SP e o setor de bebidas devem firmar um protocolo de intenções para reforçar a segurança sanitária na produção e comercialização de bebidas alcoólicas, com treinamento de agentes públicos e comerciantes no combate a falsificações e campanhas educativas para orientar os consumidores na identificação de produtos seguros.

As medidas incluirão o treinamento de agentes públicos e de trabalhadores do setor de comércio para o combate a falsificações; certificações que assegurem confiabilidade para o setor e para os consumidores; soluções para o descarte seguro, rastreabilidade e logística reversa das garrafas de bebidas; proposições normativas e cooperação institucional; campanhas informativas e educativas; além de técnicas de identificação e adulteração voltadas para segurança pública e sanitária.

Os esforços do Governo de São Paulo miram diretamente comerciantes, pontos de venda e fabricantes que atuam de forma irregular na cadeia. O objetivo é proteger os consumidores e fortalecer os estabelecimentos que trabalham de maneira correta, com origem comprovada dos produtos.

“Não podemos deixar que nada comprometa a confiança do consumidor. Temos uma preocupação coletiva e estamos trabalhando juntos. Essa questão de falsificação de bebidas é um problema da sociedade e vamos resolvê-lo de forma estrutural”, ressaltou o governador Tarcísio de Freitas.

Participaram representantes da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), Associação Brasileira De Bares e Restaurantes (Abrasel), ALIFE, Apas (Associação Paulista de Supermercados), Companhia Tradicional (CTC), Fábrica de Bares, Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares de São Paulo (FHORES), Grupo Cervaja S.A, Grupo Pasquin e Grupo São Bento. Ao todo, representam cerca de 500 bares do estado ao todo.

Fiscalização reforçada

O diretor da Fábrica de Bares, Álvaro Aoas, destacou a importância da atuação do Governo de São Paulo. “Estamos todos do mesmo lado (governo, indústria e bares) em busca de fiscalização rigorosa e de uma venda segura ao cliente”, afirmou. Ele reforçou ainda o compromisso do setor com protocolos de segurança.

Em sua fala, o governador reforçou a atuação da força-tarefa do Governo do Estado no combate à contaminação de bebidas alcoólicas por metanol , por exemplo, tirando lotes suspeitos de circulação. As fiscalizações resultaram em 12 estabelecimentos interditados preventivamente, com quase 20 mil amostras de garrafas de bebida alcoólica apreendidas para análise. Até esta quarta-feira (8), o número de casos descartados de intoxicação era de 111 – 20 foram confirmados, além de 11 óbitos, sendo cinco confirmados e 6 em investigação.

A interdição cautelar de estabelecimentos respeita protocolos da Polícia Civil, vigilância sanitária, Secretaria da Fazenda e Procon-SP, que participam da força-tarefa . As operações atingem estabelecimentos ligados a casos de intoxicação por metanol ou com denúncias embasadas e verificadas pela força-tarefa.

As interdições realizadas até agora são cautelares e motivadas por irregularidades sanitárias e/ou fiscais. Análises laboratoriais vão indicar futuramente se há contaminação por metanol nas amostras colhidas. O fechamento cautelar só ocorre após rigorosa apuração e investigação de autoridades fiscais, sanitárias e de segurança.

Gabinete de crise contra contaminação por metanol

Para intensificar as ações contra a contaminação por metanol, o Governo de São Paulo instaurou um gabinete de crise no dia 30 de setembro. A força-tarefa do gabinete de crise é composta pelas secretarias da Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Justiça, e também envolve a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Comunicação e as vigilâncias sanitárias municipais. Entre as ações coordenadas, está a interdição cautelar de estabelecimentos suspeitos de comercialização de bebidas fraudadas e o recolhimento de garrafas para perícia.