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Um dos menores países do mundo e um dos fundadores da União Europeia, Luxemburgo é conhecido pela qualidade de vida e pela multiculturalidade. Hoje, o país também é a casa de mais de 10 mil brasileiros, e, entre eles, está o treinador de voleibol Guilherme Bevilacqua, egresso do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (Cefid) , da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
Guilherme começou no vôlei aos 12 anos, inspirado pelo irmão mais velho, e logo entrou no esporte de rendimento. Com o tempo, percebeu que sua vocação estava não apenas em jogar, mas em ensinar e treinar, e a formação acadêmica na Udesc Cefid foi essencial nesse caminho.
O papel da universidade
A história do Guilherme com a Udesc Cefid teve início no segundo semestre de 2009, quando começou o Bacharelado em Educação Física , e durou 13 anos, com graduação em Educação Física e mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano ( confira o currículo Lattes ), além da publicação do livro “Metodologia do ensino do voleibol” .
“Foram 13 anos incríveis da minha vida, em que tive o privilégio de estudar em uma das melhores universidades, aprender muito e conhecer muitas pessoas maravilhosas. Esse conjunto ajudou a moldar o profissional que eu sou hoje”, conta Guilherme. Ele destaca que disciplinas relacionadas com pedagogia do esporte, treinamento, fisiologia, biomecânica e psicologia deram a base teórica que agora se reflete nas suas práticas de treinador.
A trajetória acadêmica do Guilherme ocorreu principalmente no Laboratório de Psicologia do Esporte e do Exercício (Lape) , onde foi bolsista de extensão e de iniciação científica durante a graduação e pesquisador no mestrado e no doutorado.
Sob orientação do coordenador do Lape, professor Alexandro Andrade , Guilherme defendeu o trabalho de conclusão de curso (TCC) “Estados de humor de atletas de alto rendimento de voleibol”, a dissertação de mestrado “Efeitos do treinamento mental sobre o sono de atletas de elite de voleibol” e a tese de doutorado “Efeitos do mindfulness e do treinamento com música sobre o sono e humor de atletas de elite de voleibol: umbrella review e experimento controlado e randomizado”.
No entanto, a vivência na Udesc Cefid não se limitou apenas aos títulos acadêmicos. “Foi um processo de crescimento pessoal e profissional. Muito do que eu sei hoje sobre treinamento e aplico nas minhas equipes, eu aprendi estudando no Cefid”, destaca.
Novo lar na Europa
Enquanto ainda morava no Brasil, Guilherme acumulou experiência em diferentes equipes de Florianópolis. Atuou como treinador do time sub-23 da Udesc, além de comandar o voleibol feminino da Elase. Essa bagagem, somada a mais de uma década de atuação e à certificação como treinador de nível internacional pela Federação Internacional de Voleibol (Fivb), abriu portas para novos desafios.
Neste ano, surgiu a oportunidade de assumir o comando do Volleyball Echternach, equipe da região nordeste de Luxemburgo. O clube, fundado em 1966, carrega tradição esportiva e investe tanto no alto rendimento quanto na formação de jovens atletas.
Guilherme diz que, desde que decidiu ser treinador, colocou, como objetivo, ter a experiência de trabalhar fora do Brasil e construir carreira internacional. “Como eu não tive a oportunidade de jogar fora do Brasil quando ainda era atleta, decidi fazer enquanto técnico”, explica.
Ele destaca que a mudança foi muito rápida, mas já se sente em casa. “As pessoas são muito legais, o clube tem uma estrutura muito boa, é um país tranquilo para morar, seguro.”
Além disso, ressalta que as condições oferecidas pelo clube são excelentes e que a cidade de Echternach tem muita qualidade de vida. O maior desafio no começo foi o idioma, o luxemburguês, mas percebeu logo que as pessoas não julgam quem está aprendendo, o que lhe deu confiança para se adaptar.
Morando há dois meses na Europa, o treinador já ganhou o primeiro campeonato em torneio na Alemanha. “Não poderia ter um início melhor. Campeonato difícil na Alemanha, adversários muito fortes, mas conseguimos”, celebrou em post nas redes sociais.
Diferenças entre países
Apesar de Luxemburgo oferecer uma liga bem organizada, Guilherme percebe diferenças marcantes em relação ao Brasil. Enquanto, na Superliga Nacional, os atletas se dedicam exclusivamente ao vôlei, a realidade é outra no país europeu, com muitos conciliando a modalidade com profissões diversas.
Outro ponto é a quantidade de atletas. “Só na região da Grande Florianópolis, existem, pelo menos, oito equipes sub-15. Aqui, esse número representa quase todo o país”, compara. A Grande Florianópolis tem 1,5 milhão de habitantes, mais do que o dobro da população de Luxemburgo, de aproximadamente 680 mil pessoas.
Guilherme ainda destaca a força de vontade dos atletas. “Tanto os times masculinos quanto femininos têm muita vontade de melhorar. Eles querem aprender, e isso, para mim, é um ótimo início, porque, sem vontade, não tem desenvolvimento.”
Para estudantes da Udesc Cefid que desejam construir carreira internacional, o treinador deixa este conselho: “Mesmo sabendo que não é fácil uma mudança como essa, não tenha medo de tentar. Eu aprendi que coisas grandes acontecem para quem pensa grande, então nunca deixei de fazer nada por medo de tentar e falhar. Então, por mais desafiador que pareça, tente. Estude, se qualifique, se prepare e busque a oportunidade. Uma hora ela vai chegar”.
Mais informações
Mais informações sobre a trajetória esportiva do treinador Guilherme Bevilacqua podem ser obtidas no perfil dele no Instagram e no site Volleybox .
Novidades da Udesc Cefid também estão disponíveis nas mídias sociais do centro: Instagram , Facebook , X (antigo Twitter) , Bluesky e WhatsApp .
Assessoria de Comunicação da Udesc Cefid
Estagiária de Jornalismo Beatriz Perrone
E-mail: comunicacao.cefid@udesc.br
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* Sob supervisão do jornalista Rodrigo Brüning Schmitt
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