A segunda-feira, dia 8 de setembro de 2025, um dia após as celebrações da Independência, foi marcada por um importante ato político em Barra de São Francisco. Longe dos desfiles e festividades, a Categoria dos Trabalhadores da Educação se uniu na Câmara Municipal para um apelo contundente por apoio e diálogo. O movimento, que busca o reconhecimento de direitos e uma valorização justa, demonstra a crescente força da categoria, mesmo após a tentativa de silenciamento de uma greve.
A mobilização, liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (SINDIUPES), na figura do diretor da Região Norte, Rodrigo Agapito, e por uma comissão de negociação, busca, acima de tudo, um canal de comunicação aberto com a prefeitura, comandada pelo prefeito Enivaldo dos Anjos.

Reivindicações na Tribuna Livre
A sessão na Câmara começou com a Tribuna Livre, onde Rodrigo Agapito utilizou o tempo regimental para expor as principais demandas da categoria. Em um discurso direto, ele reforçou a rejeição a abonos e a urgência de um reajuste salarial genuíno. Entre outras pautas, destacou a necessidade de os professores efetivos serem remunerados de acordo com sua titulação e o recebimento do Piso Nacional na carreira, e não como mera complementação de salário-base.
Percebendo que o horário da sessão (até as 18h) impedia a presença de muitos profissionais, que ainda estavam em serviço, o diretor do SINDIUPES fez um pedido estratégico: que os vereadores permanecessem após o encerramento da sessão para um diálogo mais aprofundado com a base.
O Plenário Lotado e o Apelo Direto
O pedido foi aceito pelo presidente da Casa de Leis, o vereador Emerson Lima. Após o fim da sessão, a dinâmica da reunião mudou completamente. O plenário, antes com poucos representantes da educação, rapidamente se encheu com a chegada em massa dos professores. Com a casa cheia, Rodrigo Agapito retomou a palavra e, utilizando as TVs do plenário, apresentou a tabela salarial da categoria e a proposta formalmente enviada ao prefeito.
As falas foram complementadas pelas professoras Rosa Amélia e Leila Guedes, que, com a vivência diária em sala de aula, trouxeram a realidade do magistério francisquense. Suas palavras ressoaram, reforçando a urgência das negociações.
Força Coesa e o Próximo Passo
O movimento da educação em Barra de São Francisco tem demonstrado uma coesão notável. A categoria manteve a sua mobilização mesmo após uma decisão judicial que suspendeu uma greve antes mesmo de seu início. Este ato na Câmara Municipal é a continuidade de uma luta que começou com passeatas e atos pelas ruas da cidade.
O objetivo agora é claro: obter um sinal positivo do prefeito para que o diálogo com o SINDIUPES seja, enfim, estabelecido. A expectativa é que o gestor municipal reconheça a importância da categoria para a construção de um futuro próspero e aceite a negociação como o único caminho para a ordem democrática. O apelo, agora, está nas mãos do poder executivo.



